Espelho de água
Não passam por aqui rios meu amor
o que te dei uma vez foram dois livros
para que aprendesses a remar dentro de mim
Não passam por aqui barcos meu amor
o que te dei uma vez foram dois remos
para que pudesses viver dentro de um sonho
Aqui há só esta pedra onde me sento
a inventar rios livros barcos e remos para ti
Espelho liquido da minha lúcida demência
Reflecte uma só vez os meigos olhos dela
e cerra para sempre as pálpebras do meus
com as tuas cintilantes mãos de luz
É aqui que o mar começa e que o rio acaba, ou será apenas o regresso do filho aventureiro ao terno colo do pai!?
Fundem-se os dois num abraço milenar, acariciam-se com ternura e afectos na suavidade dos dias temperados e nas tantas e tantas revoltas que os fazem temidos. Tudo os une e tudo os separa, numa eterna sina; cruel, doce e salgada...
"...O meu desejo, é dar-te um beijo, é ter desejo de te beijar. Perdidamente, como quem sente, que o teu sorriso, vai acabar..."
Manuel Araújo da Cunha
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