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terça-feira, janeiro 13, 2009

Barca de Alva

Clic nas fotos para ampliar.



Água, água। Porosas águas de alegria, do pão na mesa. Águas de Li Bai ébrias de ternura, de S. João da Cruz abrasadas de amor, ó águas de Claudel morrendo à sede. Água. Água. Todas as águas, todas. Ó antiquíssima água das estrelas, próximas distantes águas matinais, oculta água dada a beber num só olhar.
Eugénio Andrade

segunda-feira, agosto 07, 2006

Mostro-vos um rio todo ele um prodígio, feito de sonhos e de segredos!






A Pátria começa neste solitário recanto. Aqui também começam ou acabam os sonhos dos navegantes deste rio imenso. É sempre possível viver um sonho, basta acreditar...


(CLIC NAS FOTOS PARA AMPLIAR)

Barca de Alva




"...Barca de Alva é um poema ofendido, rasgado, ferido: uma escrita de sofrimento..." António Azevedo

Urgentemente



Urgentemente

É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
É urgente o amor,
É urgente permanecer.

Eugénio de Andrade

segunda-feira, julho 24, 2006

Alto Douro-Portugal - NAVEGAR É PRECISO.



Surdo, Subterrâneo Rio

Surdo, subterrâneo rio de palavras
me corre lento pelo corpo todo;
amor sem margens onde a lua rompe
e nimba de luar o próprio lodo.

Correr do tempo ou só rumor do frio
onde o amor se perde e a razão de amar
--- surdo, subterrâneo, impiedoso rio,
para onde vais, sem eu poder ficar?

Eugénio de Andrade

Respiro o teu corpo



Respiro o teu corpo

Respiro o teu corpo:
sabe a lua-de-água
ao amanhecer,
sabe a cal molhada,
sabe a luz mordida,
sabe a brisa nua,
ao sangue dos rios,
sabe a rosa louca,

ao cair da noite
sabe a pedra amarga,
sabe à minha boca.

Eugénio de Andrade

Douro


Do interior profundo, das serras mais altas de Espanha, sedento de distâncias, agreste como o leito que o embalou, surge acolá naquela curva, o senhor das montanhas coroado por amendoeiras e vinhedos. Espantoso e deslumbrante, corta um país em dois e maior feito não há. Só os loucos o ignoram...

Manuel Araújo da Cunha

domingo, julho 23, 2006

Desencontrados

 Do interior para o interior sem qualquer companhia direccionada a Oeste que alargasse horizontes, que devolvesse a esperança. A grande via para o litoral é liquida. Só o rio soube o que fez...


Poema XVIII

Impetuoso, o teu corpo é como um rio
onde o meu se perde.
Se escuto, só oiço o teu rumor.
De mim, nem o sinal mais breve.
Imagem dos gestos que tracei,
irrompe puro e completo.
Por isso, rio foi o nome que lhe dei.
E nele o céu fica mais perto.

Eugénio de Andrade





Douro



Quem te fez assim tão belo e encantador?
Rio dos meus sonhos, leva-me contigo, ilumina-me ao longo do teu curso, fala-me de ti. 

Eclusa do Pocinho






Bom barqueiro, bom barqueiro, deixa-me passar, eu levo o rio comigo não me posso demorar. Ele quer chegar à foz, ele quer chegar ao mar, bom barqueiro, bom barqueiro, deixa-nos passar...


Manuel Araújo da Cunha































Silêncio coração, não sabes que o rio Douro é caprichoso? Deixa-o espreguiçar-se pela generosa terra, sentir-lhe o moreno sabor, desenhar um poema em cada curva como quem parte com indizíveis desejos de voltar...

Manuel Araújo da Cunha






























Alarga-se o nosso olhar sobre o rio, sobre as montanhas e sobre a terra lavrada. A alma espanta-se comovida e reza em silêncio no contemplar da obra imensa da natureza. Nada poderá perturbar estes momentos mágicos e únicos de encontro com o Criador...

Manuel Araújo da Cunha






Ilumina-me, dá-me a paz por quem sempre esperei. Abençoa-nos nesse teu esplendor, faz-nos felizes. 
Porque neste silêncio de oiro, verde é também tudo o que abençoas...

Manuel Araújo da Cunha

































Recanto doce e tranquilo onde o meu barco repousa e sonha com Ninfas, criaturas que a imaginação pode produzir a quem em ti navega. És Douro, eternamente Douro... 

Manuel Araújo da Cunha













Senhora da  Ribeira

Senhora da Ribeira




















Clara Madrugada

Olho-te na simétrica luz
da alvorada
E reencontro-me
Eu sou feito de ti 
És corpo do meu corpo
És sangue do meu sangue 
Claridade e sombra
Água a transbordar
da ondulação do vinho 

Manuel Araújo da Cunha















Vieram lá de longe, de trás daquelas montanhas só para te ver e aqui ficaram a adorar-te para sempre...


Ninguém pode travar o teu destino, ninguém, nem mesmo estes medonhos fraguedos onde cegonhas negras todos os dias te namoram...

Manuel Araújo da Cunha












































Que maravilha é esta amigo!? Que magnífico pintor teceu este tão soberbo quadro em que a tela é a terra amiga que dá o pão e o óleo é o teu sangue generoso derramado por ti sobre as nossas vidas!?
Em ti me espanto, cega-me tanta beleza, quero falar mas não consigo pronunciar uma só palavra. És um encanto vivo, um milagre de Deus...

Manuel Araújo da Cunha






De voz embargada na garganta, obrigo-me ao silêncio prolongado e a comungar contigo o esplendor destes momentos de sonho e, é como se um abraço nos prendesse apara sempre...

sábado, julho 22, 2006

Eclusa Valeira





      Cachão da Valeira 




















Anoitece no Alto Douro. O rio aconchega-se mais no leito e prepara-se para dormir.
Dorme amigo e companheiro, repousa agora enquanto eu vigilante, tomo conta de ti...
























As mãos e os rios


Abraço-te
no verde desta água
na imensidão da dor

Sobre o teu peito
as minhas mãos pousadas
inventam os beijos

Mãos rio e beijos

Durmo-te em mim
ao cair da tarde
quando o rio é verde

meu amor

Manuel Araújo da Cunha































São também estes os colossais rochedos  que te oprimem e te esmagam mas
mais forte do que todas as adversidades, é o acto de existir.

Manuel Araújo da Cunha































Aqui e por muitos quilómetros só a via-férrea te acompanha neste lugar onde a solidão mais se acentua. Há grifos, aves de rapina a pairar no céu, brisas perpétuas moldam as faces austeras dos rochedos, lebres, coelhos, perdizes e javalis pastam livres  nas tuas margens e a natureza recolhida repousa eternamente.

Manuel Araújo da Cunha

















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